"Quando compus estes versos, ainda eu possuía toda a vigorosa ignorância da juventude; ainda eu cria conceber toda a magnificência do grande drama do cristianismo, e que a minha harpa estava afinada para cantar um tal objeto. Enganava-me: a Semana Santa do poeta não saiu semelhante à Semana Santa da religião. O que é esta, de feito? Um poema representado, um drama, cuja essência é um facto universal, o maior de todos; o que veio mudar ideias, civilização e destinos do género humano inteiro. Tinha eu forças para o tratar? Não por certo: porque até hoje só houve um Klopstock; talvez só um haverá até à consumação dos séculos.
Assim, eu corri as memórias do passado, e as esperanças do futuro; chorei sobre Jerusalém e sobre a minha pátria: subi aos Céus, e desci aos Infernos: saudei o Sol, e as trevas da noite; em tudo e em toda a parte busquei inspirações, menos onde as devia buscar; porque acima da minha compreensão estava o meu objeto a redenção e as suas consequências. Foi disto justamente que eu não tratei; e era disto que eu devia tratar, se o pudesse ou soubesse fazer."