Neste romance Adolfo Caminha apresenta ao leitor sua crítica à Fortaleza do final do século XIX. O contraste entre o sofrimento da população mais vulnerável aos efeitos da seca e aquelas mais abastadas é descrito com maestria pelo autor, que perdeu a mãe durante a seca de 1877. No decorrer do texto, ele vai traçando uma espécie de painel de costumes, no qual parece querer demonstrar a mesquinha sordidez da vida social na Fortaleza de seu tempo.
O livro trata dos episódios vividos pela protagonista, Maria do Carmo, a partir da sua entrada na Escola Normal, mesma época em que seu corpo começa a apresentar as mudanças provocadas pela puberdade. Órfã de pai e mãe, abandonada aos cuidados dos padrinhos, sem notícia de seus irmãos mais velhos, começa a despertar a lascívia de João da Mata (seu padrinho) e do filho de um coronel da cidade. A hipocrisia reinante na sociedade, conforme a visão do autor, determinarão a sorte de Maria do Carmo, a normalista.