Numa representação nua e crua, Abel Botelho aborda em Amanhã um dos momentos de maior conflito entre o operariado e o patronato em Portugal, e faz deste romance um retrato fidedigno da sórdida condição social dessas "vítimas da fome", que, à semelhança do restante movimento internacional e tendo como lema a unidade do Trabalho contra o Capital, lutam pela sua emancipação, sem perder a esperança em conquistar melhores condições no dia de amanhã, uma palavra iniciada com a primeira letra do alfabeto e curiosamente contida no conhecido símbolo anarquista.
Abel Acácio de Almeida Botelho (1854 1917) foi um coronel de Estado-Maior do Exército, escritor, político e diplomata português. Representante em Portugal do realismo extremo, conhecido como Naturalismo, escreveu, entre outros, o O Barão de Lavos e O Livro de Alda, os dois primeiros títulos da série Patologia Social.