A vida é bela quando estamos apaixonados. Tudo parece ser tão per¬feito. Cada momento é um motivo de satisfação... A alegria parece andar de mãos dadas com a nossa existência. Sorrimos e a todos queremos abraçar. A vida é poesia... É o perfume de uma flor, o encanto de uma borboleta, a beleza de um colibri... A cada mo¬mento uma oportunidade de felicidade, de harmonia. O entusiasmo empurra-nos para a aventura, e o nosso constante desejo é amar, amar!... Não obstante, quase todos sabemos como é breve a sua existência, quão efémero o seu fulgor... Para além disso, conseguimos vislum¬brar o logro que se encontra por trás da sua falsa aparência. Mas mesmo assim, conscientes da efemeridade destes tempos de ligei¬ra utopia, não desistimos de nos lançar numa nova paixão sempre que a oportunidade se oferece. Mesmo sabendo que grande parte da beleza do momento é fruto da nossa ilusão, da nossa fantasia, insis¬timos em alimentá-la com toda a sofreguidão... Porquê? O porquê deste fenómeno?... Talvez porque - como dizia Nietzsche - a vida saiu uma bela mentira, não tem muita piada!... Mas... - E se fosse possível viver permanentemente nesse estado de alegria por toda a nossa vida? - E se o destino nos permitisse respirar entusiasmo e satisfação de uma forma constante? - E se em vez de uma paixão (por uma só pessoa, e, por isso, dela inexoravelmente dependente) tivéssemos compaixão (segundo Buda, amor mais meditação) por todos os seres vivos? - E se a nossa alegria não tivesse que depender de ninguém, mas surgisse de um forte impulso vindo do nosso interior? - E se pudéssemos reinventar a nossa vida, conduzindo-a no cami¬nho sempre ambicionado?... - E se tudo isto fosse possível alcançar através da MEDITAÇÃO?