A ideia de uma linguagem de síntese como instrumento idôneo para as ciências do homem é tema epistemológico central de toda a obra científica e filosófica de Ramón P. Muñoz Soler: a mesma ferramenta que propõe para o caminho do conhecimento, aplica-a no caminho da vida.
Graduado em Medicina pela Universidade de Rosario, Argentina, e pós-graduado pela Universidade de Buenos Aires, esboça sua primeira forma de trabalho-conhecimento no campo da psicologia médica e das ciências da conduta: é a ciência tentando explicar o homem. Mas, logo descobre que o marco que oferecem as ciências particulares é demasiado estreito para uma visão de totalidade e que as premissas da epistemologia da ciência são insuficientes para desvelar o ser e o sentido da vida humana: "Para uma ciência do homem, os fatos não bastam".
A partir desse momento, a vida do autor se volta para dentro: do caminho do conhecimento, ao caminho da alma. A linguagem se desdobra, a palavra se faz silêncio, mas do silêncio surge o testemunho.
"Germes de Futuro no Homem" (1966) e "O Caminho da Egoência (da angústia existencial à mística do coração)" (1969) são obras testemunhais de uma experiência espiritual.
Depois de um novo salto, a individuação fisiológica; dez anos de trabalho, de assimilação da mensagem da alma na matéria do corpo: uma nova fisiologia - o que está escrito nas estrelas também está escrito na rede molecular.
Um novo centro semântico entra em jogo e pronuncia "Antropologia de Síntese".
Aqui, já não é a ciência explicando o homem, mas o homem explicando-se a si mesmo, através da ciência.