A história de Augusto Líbero, nascido Antônio Forti, é ao mesmo tempo fantástica e humana.É fantástica por narrar um personagem hipotético, de caráter para lá de duvidoso, e que foi incrivelmente bem sucedido em todas as suas aventuras. Uma espécie de James Bond dos trópicos, sem licença para matar, mas com licenciosidade para viver...É também uma bela narrativa humana, que descreve como uma pessoa alegre, feliz em sua inocência, tem, em um breve e bruto momento, toda a sua vida violentada, passando pelo trauma da perda de liberdade, da separação de sua família e do fim de seu mundo. Por instinto de sobrevivência, raiva e tenacidade, Antônio se adapta incrivelmente bem a todos os desafios que a vida lhe impõe e não perde uma única oportunidade de crescer e de obter sucesso aonde a mera sobrevivência já seria uma vitória.Neste processo, ele não tem nenhum pudor em assumir o mesmo papel daqueles que tiraram a inocência de sua vida e se torna aquilo que odiava, sem sequer ter consciência disso. E por fim, de modo fantástico, porém humano, ele conhece o amor e o amor o transforma por inteiro, de uma forma avassaladora e imprevisível.Ao fim e ao cabo, a história da transformação de Antônio Forti em Augusto Líbero é uma narrativa de redenção humana, contada por Aristides Corbellini de um jeito bastante leve e divertido. Leiam este livro como um convite para leituras futuras e para voltarmos às aulas de História do Brasil, fazendo parte dela.