"Mas porque é que tem de estar a chover agora" pensava enquanto corria, "devia ter trazido o carro". Mas não, quando lhe telefonaram a pedir ajuda, vestira o impermeável e saíra a correr. Agora corria no meio de folhas e galhos espalhados no chão, a sentir a humidade na cara e a levar com as gotas grossas de chuva que se acumulavam nas árvores e depois caíam. - Vem já a casa do tio Manel. Gritara Angélica ao telefone, sem sequer uma "boa noite". Ele está caído no chão.
Quando entra na imponente casa, vê o corpo coberto por um lençol. A polícia já estava no local e interrogava as pessoas presentes, nada parecia apontar para um crime, mas a insistência de Melita obriga as autoridades a considerar a morte como suspeita.
Depois de voltar à Ilha da Madeira, terra dos avós, para começar a trabalhar como médica, a morte de um familiar, que ao longo da vida foi somando conflitos, leva Melita para o meio de uma investigação. Entre curar as "feridas" que traz com ela, o reencontro com tantas pessoas com quem tinha perdido contato e o início de novas amizades, a curiosidade que parece fazer parte dela, leva-a a questionar todas as situações, colocando-se em risco até descobrir a "verdade".