Depois da psicanálise ter iniciado o método terapêutico designado de cura pela fala, a psicoterapia humanista-existencial veio descentrar o domínio do patológico para uma abordagem centrada no desenvolvimento das potencialidades humanas, na responsabilidade individual e na procura de um sentido para a vida como fatores da condição existencial e da realização pessoal. Ao deslocar-se da focalização exclusiva na doença para a regulação das emoções e para a autorrealização da pessoa, e do sofrimento para a hipótese de felicidade, valorizando o aqui e agora, os sucessivos modelos de psicoterapia abriram novos horizontes ao entendimento dos meios de acompanhamento psicológico e à capacidade de autonomia e de autodeterminação do ser humano.
Esta obra procura refl etir sobre algumas das roturas teóricas operadas ao longo do Séc. XX na área das psicoterapias a partir de quatro paradigmas fundamentais: o psicodinâmico baseado na psicanálise freudiana; o humanista-existencial, baseado no movimento do potencial humano, na abordagem centrada na pessoa, na psicoterapia existencial, na psicossíntese e na logoterapia; o cognitivo-comportamental, baseado no behaviourismo, na psicoterapia racional emotiva e nas teorias cognitivas; e, finalmente, as propostas atuais da psicologia positiva, que procura criar um espaço próprio de investigação cientí ca a partir da articulação dos saberes provenientes do cognitivismo, do humanismo existencial e da psicologia moral.