A presente publicação propõe analisar os fenómenos dos anos 80 que foram, nos vários sectores sociais e a vários níveis, um período de construção de uma nova matriz política, económica e sociocultural em Portugal. Recentemente saídos de um regime político que, durante quatro décadas, sufocara o país, os portugueses confrontam-se no período pós-25 de abril com os desafios resultantes da alteração desse regime político. É assim que as conceções sociais-democratas de "Estado" e da "natureza humana" associadas à social-democracia keynesiana, então reinante na Europa Ocidental, se constituem como referenciais, em particular o "igualitarismo" que quer minimizar as diferenças de classe existentes na sociedade portuguesa e os novos direitos ao "bem-estar" e à "educação.