A obra-prima de uma escritora de culto, tão enigmática quanto fascinante.
«Uma breve narrativa autobiográfica em registosfumato, ainda que vívido. [...] Intensidade emocional e linguística equivalem-se, sustentam-se. E o texto, melancólico, distante, procura o diferente, o irremediável e o bravio.» Pedro Mexia,Expresso
Prémio Bagutta | Prémio Speciale Rapallo
Prémio Boccaccio Europa | Prémio John Florio
UM DOS MELHORES LIVROS DO ANO 2023:PúblicoeExpresso
«Passaram tantos anos, e ainda torno a ver o seu rosto, um rosto que busquei noutras mulheres, que nunca encontrei. Era muito íntegra. Uma coisa perigosa. [] Nunca demos a mão. E tê-lo-íamos achado ridículo. Viam-se pelos caminhos rapariguinhas de mão dada, a rirem-se, a 'fazerem de amigas', a fazerem de amantes. Em nós, havia uma espécie de fanatismo que impedia qualquer efusão física.»
Felizes anos de castigo conta a história de uma rapariga à procura de si mesma, num colégio interno suíço, nos anos 1950. Respira-se aqui uma atmosfera densa de cativeiro, sensualidade inconfessada e alienação. A protagonista é uma rapariga incomum, que se deixa fascinar por uma outra, bela, sofisticada e inteligente. Entre elas nasce uma relação ambígua, de luz e sombra. Num estilo límpido mas pleno de frémito, Fleur Jaeggy faz reverberar nesta narrativa a corda secreta de um mundo apartado da realidade, onde se vê, numa voragem, «a vida passar pelas janelas».
Felizes anos de castigo pertence a uma linha do tempo mais indefinida do que a época ou as pessoas que retrata: desenrola-se na memória, essa espécie de século à parte dos outros.
«Uma escritora magnífica, brilhante, selvagem.» Susan Sontag
«A caneta de Fleur Jaeggy é como a agulha de um entalhador a desenhar as raízes, os galhos e os braços da árvore da loucura uma prosa extraordinária. Tempo de leitura: quatro horas. Tempo de recordação: a vida inteira.» Joseph Brodsky
«Fleur Jaeggy possui o invejável dom do olhar inaugural sobre as pessoas e as coisas, entretecendo uma mistura de frivolidade circunstancial e sabedoria autoritária.» Ingeborg Bachmann
«Ler Fleur Jaeggy é parecido com mergulharmos nus num roseiral negro, de tal modo ficamos perplexosperante tamanha beleza: é um gesto veloz e espinhoso, e emergimos do lado de lá cobertos de sangue.» The Paris Review
«[Uma escrita] de pequena escala, intensa, impecavelmente incisiva.» The New Yorker
«Tal como quase todas as assombrações, os livros de Fleur Jaeggy são muitasvezes barrocos, mas lançam um estranho feitiço e fazem com que os leitores se lembrem deles, sobretudo, como austeros.» The New York Review of Books
«Sublime, áspero, triste. [Um romance]excepcional.» Literary Hub
«É na delicadeza do olhar que Felizes anos de castigo triunfa tão completamente.» Ana Bárbara Pedrosa,Observador
«Da discretíssima e notabilíssima Fleur Jaeggy [], uma breve narrativa autobiográfica em registo sfumato, ainda que vívido. [...] Intensidade emocional e linguística equivalem-se, sustentam-se. E o texto,melancólico, distante, procura o diferente, o irremediável e o bravio, seja o enigma erótico da inteligência, o ubi sunt que evoca colegas que nunca mais vimos, ou o desaforo com que se escolhe irrevogavelmente alguém, como uma jovem abastada que beija o seu cavalo.» Pedro Mexia,Expresso