Certa vez li em algum lugar que por maior e por mais densa que seja a escuridão basta um palito de fósforo para por a luz no breu. E mesmo que fósforo pouco ilumine ele nos dá a real noção do escuro que nos cerca. Nesta obra o autor vai revelando o pior e o melhor em nós, essa geração com fome de tudo e consumida por uma solidão muitas vezes corrosiva mas que ainda atreve-se a abraçar seu irmão e beijar sua menina na rua. Este é um livro que é pura revolta e potencia. Construído com experimentações de linguagem, arrombando os sons e sentidos, sua poesia é de uma verdade tão visceral que sentimos a biografia atravessar os versos. Os leitores com certeza sentirão o riso franco e debochado do autor, que ainda tão jovem já sabia que a vida é luta renhida, mas sobretudo sentirão na sua poesia, que cala fundo no coração, a mão que se estende dizendo "adiante, que o mundo é grande e é nosso".