"Memórias do Cárcere" é uma obra póstuma de Graciliano Ramos, lançada em 1953. O livro é uma narrativa autobiográfica que retrata o período em que o autor foi preso durante o Estado Novo, regime ditatorial liderado por Getúlio Vargas. Graciliano foi detido sob acusações políticas e passou cerca de dez meses na prisão.
A narrativa é marcada pela sobriedade e pela reflexão profunda sobre a condição humana, a política e a sociedade. Graciliano não apenas compartilha suas experiências na prisão, mas também tece considerações sobre a natureza do poder, as injustiças sociais e a complexidade do ser humano.
O livro apresenta uma visão crítica da sociedade da época, explorando os aspectos mais sombrios da condição humana quando submetida a circunstâncias extremas. Graciliano, com sua prosa caracteristicamente econômica e precisa, descreve o cotidiano na prisão, os companheiros de cela, as torturas psicológicas e físicas, além de reflexões profundas sobre a liberdade, a moralidade e a dignidade. "Memórias do Cárcere" é uma obra que transcende a mera narrativa autobiográfica, tornando-se uma meditação literária sobre a resistência, a ética e as complexidades da existência humana diante da opressão. Graciliano Ramos utiliza sua habilidade única de escrita para criar uma obra atemporal que continua a ressoar com leitores, oferecendo uma perspectiva única sobre a história e a condição humana.