António Augusto Soares de Passos nasceu na cidade do Porto em 27 de novembro de 1826; foram seus pais Custódio José Passos, estabelecido na Praça Nova, n.º 111 a 113, com um armazém de drogas, em cujo prédio habitou sempre a sua família, e D. Ana Margarida do Nascimento Soares de Melo.
Para Soares de Passos, a poesia foi um refúgio, a Turris eburnea em que se confinara. Era nesse meio turbulento da Coimbra das grandes troças que ele passava absorvido e alheio a toda a expansão da mocidade, mal conhecendo os condiscípulos, resguardando-se na intimidade quase exclusiva de Silva Ferraz e de Alexandre Braga. Em março de 1852 começou-se a publicar no Porto um jornal de versos intitulado O Bardo, de que eram fundadores o poeta satírico Faustino Xavier de Novais, e o negociante metrificador António Pinheiro Caldas. Pela sua amizade pessoal obtiveram de Soares de Passos a distinção de publicarem poesias suas. Aí apareceram pela primeira vez a balada do Noivado do Sepulcro, as odes À Pátria, Rosa Branca (no álbum da Ex.ª Sr.ª D. J. Maria de Figueiredo), Canção, Desejo, Saudade, com variantes que merecem estudar-se, porque revelam o seu processo artístico. (T. Braga)