Este livro reúne uma colecção de metáforas, algumas bem cruéis, e consubstancia-se numa alegoria daquilo que eu entendo que na vida vai acontecendo, a cada momento, a cada dia, no imprevisto que nenhum axioma ou outra lei humana pré-elaborada pode prever. Por vezes, quase que sentimos que fazemos parte de um plano, de algo que, sem o sabermos, nos direcciona para a foz de imensas surpresas, nem todas elas as que esperaríamos ver acontecer. Somos todos seres de água, todos sujeitos ao desenrolar de um guião do qual nem sempre somos autores, é a conclusão final a que o leitor poderá chegar, assim que absorver a última página deste livro, pois líquidos somos e líquidos nos entregamos aos acasos, vestidos de vicissitudes e pequenas felicidades, e ao ocaso dos nossos dias.