O desaparecimento dos objetos do apartamento de uma mulher, uma chuva misteriosa sobre um cemitério à beira da privatização, uma descoberta tardia em um orfanato de meninas, a luta pela sobrevivência de uma nova espécie, uma partida de dominó em Araraquara, o segredo de um casal de búfalos, os dias de um dragão na praça de uma pequena cidade, o testemunho de um anão de jardim, as relações entre divórcio, dentes e autoritarismo.
Esse apanhado serve como um desenho do caminho trilhado pelo novo livro de contos de André Balbo. Como escreve Cristhiano Aguiar na orelha, ***Sem os dentes da frente***segue uma tradição insólita latino-americana, ficando, no campo das referências, entre um Julio Cortázar e uma Mariana Enriquez.
"A unidade do livro repousa na utilização da ideia de ausência (e a falta de dentes é apenas uma delas) como elo articulador dos contos. Os contos de Balbo nos enredam, a partir do título, a fim de que sempre especulemos sobre qual ausência e, talvez, de qual signo dentário será abordada na história seguinte", arremata Aguiar.