A VERDADEIRA HISTÓRIA DA EDITORA ABRIL

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Quando eu tinha 10 anos de idade, eu esperava a banca abrir às 7 horas da manhã para comprar gibis da Disney, de preferência Mickey e Tio Patinhas, as histórias em quadrinhos que eu mais gostava. Como eu residia no centro de Campinas, esticar as canelas até o Largo do Pará era um pulo. Não via a hora de sentir aquele cheirinho de tinta nova vindo das páginas das revistas as quais eu ia atentamente folhear. Não perdia nenhum detalhe: as cores vivas, a diagramação perfeita, as historinhas engraçadas e as aventuras curiosas de não se adivinhar o final. Mesmo adulto, em Recife, as HQs da Disney ainda me serviram bastante. Houve uma época em que a Abril lançou centenas de revistas do Pato Donald, Mickey, Tio Patinhas, Pateta, tudo na língua inglesa. Isso me ajudou muito a compreender melhor as expressões idiomáticas norte-americanas. Como professor de inglês, eu indicava tais edições a colegas a fim de que também pudessem ensinar histórias em quadrinhos Disney com textos originais em sala de aula. A Editora Abril marcou bastante a vida de muita gente ao longo de décadas. É com prazer que eu me recordo das salas de espera repletas de revistas, tais como: Placar, Claudia, Veja... principalmente Veja. Enquanto não éramos atendidos ou recepcionados por alguém esses periódicos faziam a sua parte: a de nos distrair. O tempo passava depressa a cada virada de página, a cada informação lida e relida. Concordo plenamente com a extinção do Jornal impresso. Não podíamos tê-lo ao vento; a tinta preta sujava as mãos e as camisas. Seu formato grande incomodava; as folhas caíam ao chão; e para juntar página por página na ordem certa dava um trabaaaalho... Por outro lado, as revistas deveriam permanecer. Não enxergo nem de longe um motivo menor que seja para o leitor rejeitá-las. As revistas são interativas, você leva para onde quiser, têm utilidade nas mesinhas das salas de espera de consultórios e empresas. Além disso as revistas podem constituir um documento histórico, guardadas e bem guardadas ali em nossa estante de geração a geração. Obrigado a Todos Que Fizeram a Editora Abril Todos esses Anos!

Fábio Braga ( autor da obra MEU BRASIL BRASILEIRO )

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