Dois prisioneiros conversam dentro de uma oca, aguardando a manhã chegar e com ela o momento em que um deles será devorado pelos tupiniquins. Um é o italiano Angelo; o outro é o Bacharel, como é chamado pelo narrador, Está impedido de falar, graças aos ferimentos severos que sofreu na batalha em que foi capturado. Como sua boca está destroçada e ele está amarrado como prisioneiro dos índios, seu companheiro de infortúnio lhe conta histórias para que a noite passe sem tanto sofrimento. O chefe dos índios que irão devorá-lo é Yawara, um guerreiro tupiniquim que assombra os inimigos por sua origem, sua força e bravura, além da obsessão por capturar a onça preta, que ele caça sem descanso pela mata de Pindorama.
Yawara insere o leitor no coração de uma aventura em seu momento decisivo. É uma narrativa empolgante e precisa que repassa com ironia e pitadas de humor negro, além de reflexões filosóficas e artísticas, os primeiros anos de colonização do Brasil. Apesar da ambientação histórica, é também um romance contemporâneo, que indaga nas entrelinhas: de onde vêm a violência e a ganância permanentes e inescapáveis que o Brasil não consegue superar?